Lideres precisam ouvir a percepção que os outros têm da forma como
agem (não só lideres obviamente...).
O agir expressa
mais da pessoa do que o que ela diz pensar.
O impacto que
provocamos nas pessoas é resultado do que falamos e de como agimos/comportamos,
sendo esse ultimo determinante do como as pessoas nos percebem.
O que falamos pode
ou não ser ouvido como gostaríamos que fosse dependendo de como nos comportamos
e de como esses comportamentos são percebidos pelo outro.
Para tornar o
assunto mais complexo ainda, temos que lembrar que a percepção de cada pessoa
que nos percebe é única pois trata-se de processo individual quanto ao
entendimento, resultado da interpretação, que deriva da sua experiência.
A percepção é um
fenômeno mental que usa de filtros para interpretar e deduzir sobre
acontecimentos diários. Esses filtros são resultado das nossas experiências,
historias de vida, aprendizados, crenças, além da reação que o cérebro que
percebe tem do ambiente, ruído, localização entre outros aspectos que afetam seu
processo de percepção e construção da “sua realidade.
Mas porque será
que temos tanta dificuldade em colher percepções sobre nossa pessoa e ficamos
imersos no que achamos que somos e tomamos isso como verdade?
Vários podem ser
os motivos. Um deles é porque não faz parte da nossa educação estar aberto a
ouvir como o outro nos percebe – parece que temos a crença de que o outro só
que nos criticar, o que nem sempre procede; outro é que construímos verdades
para nós e são elas que nos sustentam minimizando nosso sentimento de duvida e
insegurança (lidamos mal com a incerteza inerente à vida); outro motivo é
porque não confiamos em quase ninguém – temos a tendência em achar que o outro
“pensa mal” sobre nós mesmos ou vai buscar desqualificar como somos. Certamente
existem outros motivos que você pode identificar se fizer uma reflexão –
recomendável! – sobre o tema.
O fato é que
precisamos (muito) saber como os outros nos percebem e adquirir esse
conhecimento a partir de visões as mais isentas possível – o que pode ser
conseguido falando com algumas pessoas e colhendo informações – sempre procurando
evitar “puxar sardinha” para o nosso lado na tentativa por provar que o que
achamos que somos, é.
Conheço muitos lideres
(muitos mesmo – já que desenvolvo lideranças) que não tem a menor noção de como
realmente são percebidos por seus liderados. E não raro recebem feedbacks
distorcidos porque, porquanto se achem lideres confiáveis, não são percebidos
como confiáveis. E também porque a maioria dos liderados têm medo de contribuir
com feedbacks honestos por achar que podem ser prejudicados por isso (e podem
mesmo já que não sabemos lidar/aceitar feedbacks em geral).
Lideres precisam
urgentemente desenvolver mecanismos para colher percepções confiáveis das
pessoas com as quais trabalham.
Refletindo sobre as mesmas, e sobre as que têm sobre si próprios devem buscar
ajuste – o que pode ser uma tarefa árdua já que na maioria lideres se acham
“deuses” necessários para que os outros (liderados) saibam o que fazer ou para
que a empresa tenha o sucesso que se acham insubstituíveis em trazer para as
organizações. As pessoas ao se tornarem lideres podem se tornar mais
narcisistas como forma de se protegerem.
Manter-se em
humildade é o melhor caminho para levar suas equipes a baterem suas metas.
Dependemos das pessoas e não há o que substitua o lado humano das relações e
seus impactos no humor, emoções e reações das pessoas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário